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País não escapa de fechar ano em recessão

17 de abril de 2016
Para economistas Temer pode até mudar expectativas, mas ajuste será recessivo

Com Dilma Rousseff ou Michel Temer na Presidência da República, a economia brasileira sofrerá. As previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) são de que o Brasil vai ter um novo ano de recessão, independentemente do cenário político que se desenha a partir de hoje.

Por ora, as previsões iniciais mostram que a queda na economia de e ser mais branda se o PMDB chegar ao poder. A Macroplan, que consolidou projeções de uma dezena de consultorias e ouviu analistas e especialistas de diferentes correntes, sintetiza a perspectiva atual: “Para a maioria haverá alivio se Dilma sair e deterioração se ela ficar, mas ninguém tem a ilusão de que a economia via se recuperar facilmente”, diz Claudio Porto, presidente da Macroplan.

A vantagem com Temer, acreditam, é iniciar um processo de retomada da confiança na economia brasileira. “A melhora na confiança será relativamente rápida”, afirma Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

No conjunto de ações esperadas de Temer estão a aceleração do programa de concessões em infraestrutura e o maior controle dos gastos públicos. “Um lado da história (do ajuste do Temer) é recessivo: é aumento de imposto e corte de gasto”, afirma Alessandra Ribeiro, economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada.

No caso da presidente Dilma Rousseff sobreviver à votação na Câmara dos Deputados, o receio dos analistas é que ela possa fazer uma guinada para a esquerda na política econômica como forma de responder ao apoio dos movimentos socais durante o processo de impeachment.

O cenário de uma mudança brusca na economia não é um consenso. Uma parte dos economistas acredita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve surgir como a força principal do governo Dilma e comandar a repactuação com partidos de centro para colocar em prática uma política econômica bastante parecida com a adotada em seu primeiro mandato.