Gestão Estadual

Crise econômica dos últimos anos impôs graves perdas aos Estados e processo de recuperação tende a ser lento

11 de dezembro de 2018

Em O Povo – por Irna Cavalcante

Em dez anos, Segurança teve maior retrocesso de gestão no Ceará

Estudo Desafios da Gestão Estadual (DGE), da Macroplan, mostra que, em igual período, houve ganhos expressivos em Educação, a terceira melhor do País

A conclusão é do estudo Desafios da Gestão Estadual (DGE), elaborado pela consultoria Macroplan, especializada em cenários futuros e gestão pública, que mostra que o Estado, dentre os governos, ocupa a 14ª posição no ranking das 27 unidades da federação.

Esta é a quarta edição do levantamento feito em parceria com o Movimento Brasil Competitivo. A primeira foi em 2014. Cruzando dados de 32 indicadores de dez áreas (Educação, Capital Humano, Saúde, Segurança, Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico, Juventude, Desenvolvimento Social, Condições de Vida e Institucional), o estudo chega ao Índice dos Desafios da Gestão Estadual (IDGE). O resultado varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 melhor o desempenho.

De acordo com o relatório de 2018, que usa dados de 2017 como referência, o IDGE do Ceará é de 0,468. Em 2007, era de 0,358 e o Estado ocupava a 12ª melhor colocação. Ou seja, apesar da melhora no nível de serviços prestados na última década, em outros estados a transformação foi ainda mais rápida. Hoje a média brasileira é de 0,535. “Em geral, o Brasil inteiro avançou, e o Ceará também, mas alguns estados os avanços foram mais significativos”, explica o coordenador da Macroplan, Gustavo Morelli.

Rondônia, por exemplo, subiu doze posições no ranking em dez anos e hoje está em 12º. Já o Amapá foi ultrapassado por 11 estados e está na lanterna. Pelo estudo, o Distrito Federal (DF) é considerado a unidade federativa que melhor entrega serviços para a população.

No caso do Ceará, chama atenção o avanço nos indicadores educacionais, tanto no trabalho das creches, Ensino Fundamental I e II, quanto no Ensino Médio. O que fez com que o Estado pulasse da 8ª para 3ª colocação. O estudo destaca articulação as prefeituras; monitoramento e avaliação das escolas, com definição de metas no curto, médio e longo prazo; gestão intensiva das secretarias de educação e das escolas; e incentivo financeiro aos municípios por meio da vinculação do repasse do ICMS aos resultados da educação.

Já na área de Segurança, Morelli pondera que a piora acompanhou o que aconteceu no restante do País, embora estados como o Espírito Santo tenham sido ponto fora da curva.

Ele explica que crise econômica dos últimos anos impôs muitas perdas na arrecadação pública e para muitos estados também retrocessos nos campos econômico e social. E o processo de recuperação tende a ser lento. “A população está mais impaciente. Então, esta safra de gestores tem o desafio de entregar mais serviços, com resultados melhores, mas com menos recursos”.

Resultado 

Quando se trata de Capital Humano, o relatório indica que o Ceará ainda patina na 22ª posição, a mesma de dez anos atrás.